CRESCIMENTO, EVOLUÇÃO, HISTÓRIA
Em 116 anos, Agudos cresceu e se desenvolveu. Viu seus filhos ganharem o mundo e seu nome ser aclamado. A “Açucena da Serra” guarda em suas raízes, o amor como o traço forte de sua história.
Agudos, chamava-se inicialmente “São Paulo dos Agudos”, por São Paulo ser o padroeiro da cidade e a mesma estar situada na serra dos Agudos. Até meados do século XIX selvagens dominavam completamente o oeste paulista (tribo dos caingangues). A partir daí começam a aparecer na região, paulistas e mineiros, os primeiros exploradores da terra para cultivar. Dentro eles, destacam-se três nomes de grande importância para a história de Agudos: Faustino Ribeiro da Silva, Cel. Delfino Alexandrino de Oliveira Machado e Benedito Ottoni de Almeida Cardia.
Faustino Ribeiro da Silva, mineiro, veio para esta região por volta de 1853, quando adquiriu grandes extensões de terra. Em 1893, doou parte dessa área (aproximadamente 13n alqueires) à Igreja, onde foi construída a primeira capela, em torno da qual São Paulo dos Agudos se desenvolveu. Um pouco mais tarde na década de 80 do século XIX, residindo em Lençóis, transferiram-se para São Paulo dos Agudos, os agricultores Delfino Alexandrino de Oliveira Machado e seu genro Benedito Ottoni de Almeida Cardia, reconhecendo a superioridade das terras do município, em relação ás de Lençóis, sendo ideais para o plantio de café. Aqui estava o futuro da Agricultura na qual estavam interessados: a Serra dos Agudos.
Cel. Delfino, líder político agudense, dedicou grande parte de sua vida com trabalho para que Agudos se firmasse como cidade próspera e influente. Tinha acesso às esferas mais altas do governo, tenso sido o autor da representação pedindo que o então Distrito Policial fosse elevado a Distrito de Paz. No ano seguinte o Distrito de Paz foi transformado em Munícipio e recebeu sua primeira Câmara Municipal no ano de 1899, tendo o Coronel Joaquim Ferreira Souto como Presidente e Benedito Otoni de Almeida Cardia como intendente.
Entre os séculos XIX e XX, Agudos recebeu muitas famílias de origem italiana, portuguesa e espanhola que ofereciam serviços no campo e cidade, o que foi fator determinante para o rápido desenvolvimento e evolução da então São Paulo dos Agudos. Algumas dessas famílias foram responsáveis por empreendimentos grandiosos e de extrema significância para o desenvolvimento da cidade. Como contado no Livro “Agudos – 100 Anos de História (1898 à 1998)” escrito pela Professora Maria (Lya) de Rosa (entrevistada especial desta edição), os principais empreendimentos aqui estabelecidos foram: O Hotel dos Viajantes que funcionou até a década de 60 e era administrado pela família Barbanti vinda da Itália; A agência Chevrolet instalada no ano de 1938 em um dos prédios mais imponentes da cidade na época, na esquina da Rua 13 de Maio com a Odon Pessoa de Albuquerque, tendo como proprietário José Felipe Saab vindo Líbano; A Oficina Gráfica de O São Paulo dos Agudos onde era rodado o Jornal São Paulo dos Agudos e era fruto da dedicação dos filhos da família Sozzi, provenientes da Itália.
Caminhando na história, o ano de 1936 ficou marcado pela invasão da Polônia feita pelo exército nazista alemão do ditador Adolf Hitler que determinou o início da Segunda Guerra Mundial. O Brasil entretanto se manteve indefinido até o ano de 1942 vivendo semelhança no regime ditatorial imposto por Getúlio Vargas, porém diante dos ataques feitos aos navios da marinha brasileira afundados pelo exército alemão, o país declarou guerra aos governos nazi-fascitas. Em 1944 foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que embarcou para à guerra contra o nazismo sob o comando do general Mascarenhas de Moraes. Agudos lutou contra o nazismo representada pelos jovens pracinhas: Andiraz Nogueira de Abreu, Antônio Honório de Lima, Lazaro Francisco, Oswaldo Soares de Almeida, Paulo Farragoni, Osvaldo Carquejeiro e Severino Gaburo, todos na faixa etária de 22 a 25 anos de idade.
CONSTRUÇÕES HISTÓRICAS
Igreja Matriz
Inicialmente uma pequena capela construída era o espaço reservado para sacerdotes e fiéis de São Paulo dos Agudos, chamada de Largo da Capela. Em 1899 recebeu a denominação de Largo de São Paulo.
Depois de perceber as condições da Matriz, o Padre Xavier Arella, primeiro vigário paroquial da cidade, solicitou a construção de um novo prédio e com condições de conforto para os fiéis durante os atos de sacramento. O início das obras foi registrado no ano de 1905.
Seminário Santo Antônio
Depois de inúmeras transferências dos Seminários de padres franciscanos, Pe. Aquino, prefeito da cidade na época recebeu a visita dos freis Heliodoro e Damasceno Venker que estavam à procura de terras. Agudos já possuía a casa das irmãs Franciscanas de Siessen que se empenharam para a vinda dos frades a cidade. Foi quando Pe. Aquino sugeriu a compra da Fazenda Santo Antônio que estava à venda pela viúva Maria Ornellas de Barros. O terreno era ideal para o que os freis, pois oferecia lucro de café, possibilidade de criação de pomares, tinha água, luz e o terreno plano para a construção.
Associação do Hospital de Agudos
Inaugurado em 1909 o primeiro hospital de Agudos provisoriamente localizado na Praça da Bandeira. Com a evolução da cidade, o local se tornou inadequado para a realização das atividades, foi quando o Cel. Leite e alguns outros benfeitores cederam verbas para a construção do local que foi inaugurado em 1929. O evento ficou marcado pela presença de Júlio Prestes, presidente do estado. O hospital permanece no mesmo local até os dias atuais.
Espaço Histórico Plinio Machado Cardia
O conhecido museu da cidade detém uma série de arquivos, fotos e objetos que fazem uma verdadeira viagem ao passado. O local leva o nome de Plínio Machado Cardia, filho de Benedito Otoni e soldado constitucionalista na revolução de 1932. O espaço histórico foi inaugurado em 1993 e mantém junto com a prefeitura da cidade, o projeto de iniciação a história do município intitulado “É preciso conhecer, para amar!”.
Os filhos de Agudos:
Agudos é conhecida como Açucena da Serra pela beleza que ostenta em suas terras e o forte cenário natural em suas redondezas, pela água que produz preciosos líquidos e pelas terras que colhem tudo que plantam. Porém são os filhos dessa cidade do interior do estado de São Paulo que fazem seu nome ganhar destaque nacional e até mundial.
Principais escritores da cidade:
Aziz Ansarah Rizek foi autor dos livros: Médicos, Clientes e Cia.;Gaveta de Médico; Histórias Agudas e crônicas de um médico.
Joaquim Elíseo Mendes publicou 11 obras da linha RAE – Roteiro Administrativo de Educação, os únicos do gênero de orientação, conhecidíssimos por sua eficiência.
José Benedito Silveira foi autor de Noites Brasileñas.
José Carlos Rocha publicou: A Urbanização da Cidade de Agudos Sob a Lógica da Acumulação e Agudos: Seu passado, Sua gente. Uma perspectiva para as futuras gerações.
Regina Maria Sormani que publicou diversas obras do gênero infantil.
Ruth de Souza Lopes, autora do livro Acalantos.
Nesse contexto é impossível não mencionar as irmãs Maria de Rosa, carinhosamente apelidada de Lya e Maria da Glória de Rosa. Ambas detém a história e possuem carinho ímpar por Agudos. Diversas obras foram publicadas, entre elas, o livro que homenageia o centenário da cidade e conta detalhes da evolução e da história do município. O livro foi escrito por Lya, que está trabalhando em sua próxima obra que contara detalhes da evolução da Rua 13 de Maio. A voz que encantou o mundo: Carmo Barbosa
Emilson Carmo Barbosa, agudense, mantinha desde muito jovem em suas veias o gosto pela música erudita. Dono de um talento nato, deixou Agudos para trás e foi em busca da lapidação de seu dom. Se especializou e ganhou projeção internacional.Carmo Barbosa foi vencedor do prêmio Emmy Award, considerado o Oscar da televisão norte-americana. O prêmio veio em função de seu desempenho em “La Boheme” ao lado de Pavarotti.
Em 1986 foi convidado da ONU para cantar na abertura de seus trabalhos. Foi convidado de diversos nomes internacionais da música lírica e é até hoje, o cantor erudita brasileiro mais premiado mundialmente.
Carmo foi capa do livro Ópera e encenação escrito por Fernando Peixoto e tem o nome no Dicionário de Ópera de Charles Osborne.